Portugal enfrenta ainda um problema grave em termos de ação do ser humano na linha de costa, em particular na extração de areias para construção (proibida por lei) e na ocupação de dunas e arribas com elevada densidade de construção. Esta densidade de construção é particularmente grave em áreas de dunas e nas arribas talhadas em rocha mais branda, que recuam a maiores velocidades. No primeiro caso, podemos observar esta densidade de construção na ilha de Faro e de Tavira, na península de Troia e na barra de Aveiro\Vagos. No casso das arribas, a situação é particularmente preocupante no Algarve, onde há já mesmo construções em risco de derrocada.
A ação erosiva do mar:
A ação erosiva dá-se na linha de costa e modela a sua forma e o seu contorno por meio de processos de erosão, transporte e acumulação. Essa ação é caracterizada por fenómenos muito típicos de erosão, normalmente designada por erosão marinha e abrasão marinha.
A abrasão marinha consiste na ação mecânica das ondas, que talham as arribas e as plataformas rochosas de sopé. A erosão marinha integra todos os processos mecânicos (abrasão marinha), químicos e biológicos que atuam na faixa costeira. A ação constante do mar vai moldando a linha de costa, dando-lhe configurações distintas. A erosão e a abrasão marinhas vão desgastando a linha de costa, predominando a erosão nas saliências (cabos por exemplo) e a deposição nas reentrâncias (enseadas, por exemplo).
A ação dos agentes erosivos e dos fenómenos de deposição sobre as costas de praia e dunas. A construção de dunas por exemplo, vai destruir o fraco equilíbrio entre erosão e deposição, que pode levar à destruição do cordão dunar e ao avanço do mar sobreregiões densamente povoadas. As dunas são a primeira barreira ao avanço do mar, em particular durante o inverno.
No caso das arribas, o mar começa por desgastar a sua base, formando pequenas reentrâncias e cavernas. Chega-se a um ponto em que a parte superior da arriba perde o seu apoio na base e acaba por desmoronar, provocando igualmente o recuo da arriba. Na base da arriba acumula-se os blocos rochosos resultantes desse desmoronamento e vai-se formando uma nova plataforma de abrasão marinha. De seguida, inicia-se um novo ciclo que acaba por provocar o recuo sucessivo das arribas ao longo do tempo. Quando as arribas recuam ao ponto de já não evoluírem por processos ligados ao mar designa-se por «arribas mortas». Quando, mais tarde, evolui por processos continentais (erosão hídrica provocada pela agua da chuva), designa-se por arriba fóssil. Um exemplo de uma arriba deste tipo pode ser encontrado na área litoral entre a Costa da Caparica (Fig. 2), Fonte de Telha e Lagoa de Albufeira.
Arriba Fóssil da Costa da Caparica |
Uma ótima explicação da temática. Não restam dúvidas!
ResponderEliminarParabéns Teresa!